Quando um jornalista é obrigado a fugir de perseguição, guerra ou pobreza, leva consigo um património valioso: a sua língua e cultura, o conhecimento da realidade do seu país, as suas fontes de informação e um outro olhar sobre o mundo. No entanto, enfrenta fortes barreiras no acesso aos media europeus. Achamos que é um desperdício não olhar para todo este valor e é por isso que lançamos o Migrant Media Project (MMP).
O MMP é uma rede que liga jornalistas migrantes aos meios de comunicação de referência. Começámos da melhor maneira: em parceria com o jornal Expresso, que ao longo do próximo ano garantirá a publicação de 10 artigos, e com o apoio do Programa Democracia e Sociedade Civil, da Fundação Calouste Gulbenkian, e da Ceso Development Consultants.
Porquê jornalistas migrantes? Porque são as pessoas mais indicadas para nos informar sobre os seus países de origem e as suas próprias comunidades em Portugal: têm um conhecimento único, que um jornalista português dificilmente terá; e um contacto facilitado com fontes de informação, cá e lá, sem barreiras linguísticas ou culturais.
Ou seja, o MMP promove a inclusão e contribui para uma sociedade mais, e melhor, informada.
Acreditamos tanto neste projecto que já temos mais planos para o futuro: vamos levar o MMP para outros países europeus, envolvendo sempre meios de comunicação de referência, para chegar a um público cada vez mais alargado.
Ganham os próprios jornalistas migrantes, por estarem integrados numa rede. Ganham os media, por terem acesso a uma cobertura mais diversificada. Ganhamos todos nós, por ouvirmos outras vozes e pontos de vista.
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